Ignorada por muito tempo, evitada e até marginalizada, a homossexualidade do poeta espanhol Federico Garcia Lorca, fuzilado aos 38 anos , é motivo de um estudo aprofundado por parte de seu biógrafo irlandês, Ian Gibson.
"Lorca e o mundo gay", da Editoria Planeta, que já está à venda, relata o "drama do grande poeta, ante a sociedade machista e intolerante" representada pela Espanha no começo do século XX.
O biógrafo, conhecido por seus trabalhos sobre a morte do poeta e por ter contribuído para localizar a fossa comum onde repousava García Lorca na província de Granada (Andaluzia, sul) explica ter querido fazer um "livro de militância"; no qual fique claro e que "se sinta indignação com tendências (homófobas)", que se tornaram "uns dos componentes do assassinato de Lorca", explicou este irlandês de 69 anos, atualmente nacionalizado espanhol e residente em Madri.
Um dos presumíveis assassinos de Lorca se vangloriou, em Granada, por ter-lhe dado dois tiros "por el culo, por maricón", segundo Gibson. A ditadura de Francisco Franco que se seguiu à Guerra Civil (1936-39) censurou por muito tempo sua obra e reprimiu os homossexuais.
Gibson abordou de maneira extensa as estadas do poeta em Madri, onde podia fugir do pensamento provinciano andaluz e manter seu "relacionamento muito importante, fundamental", com o pintor Salvador Dalí, além de suas viagens a Nova York e a Cuba.
Fonte: AFP
Nenhum comentário:
Postar um comentário